“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver.”

Amyr Klink

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21 maio, 2012

A Festa do Pão!

"Panificador" é uma profissão.

Hoje foi o ultimo dia da festa do pão (La Fête du Pain) que começou dia 14 desse mês. Foi a décima sétima edição consecutiva, que vem acontecendo desde 1996, para valorizar esse produto santo e natural que acompanha cotidianamente as refeições dos franceses.

Essa festa é um evento para divulgar a profissão e os produtos através dos panificadores, popularmente chamados de padeiros e padeiras, em praças de cidades por toda a França.

O pão é um dos simbolos mais emblematicos da França!

Eli e eu na porta da Notre Dame, descubrindo a Festa do Pão
Por acaso, passeando pelo Sena com uma amiga brasileira nos deparamos com um grande stand na porta da Catedral de Notre Dame de Paris. Entramos e vimos toda aquela produção de pães, dos quais alguns pedaços ganhamos de degustação. 


Produção

Padeiros batendo papo.
Não são fofos? Velhinhos barrigudinhos fazendo pães!
E um pão com chocolate (pain au chocolat) feito por um desses velinhos?
Bão demais, sô!

Eram 39 panificadores da Ilha da Reunião, ilha de departamento francês  no oceano Indico localizada a leste de Madagascar, produzindo especialidades dessa região, como, por exemplo, o bolo ti son, versão reunionense do nosso bolo de fuba.

Degustação do bolo ti son
Claro, se não saisse de la com a tipica baguete francesa e uma sobremesa, não seria eu!

Eu e as compras

Um pouquinho de cultura

A historia do pão é mencionada por mais de 6 milênios, principalmente por seu lado religioso.

Para os cristãos, o pão simboliza o corpo de cristo. No "Pai Nosso" é pedido à Deus: o pão nosso de cada dia nos dai hoje.

Para os judeus, o fermento simboliza a corrupção, por isso oferecem à Deus pães azimos.

Na França, antigamente, quando ainda não existia maquiagem, os palhaços eram também chamados de enfarinhados, pois espalhavam farinha pelo rosto e pelas mãos. Isso aconteceu um dia depois que um palhaço, Gross Guilhaume (Gordo Guilherme), em Paris, depois de sair correndo da padaria atrasado para ir ao teatro se apresentar, nem sequer lavou o rosto antes de entrar em cena. Todos riram muito e outros palhaços começaram a fazer o mesmo.

No Brasil, nossas historias estão relacionadas à Portugal, nosso colonizador. 

Primeiro, com o famoso pãozinho de Santo Antônio, que era distribuido aos pobres nas igrejas todos os anos no dia 13 de junho, dia do santo, para guarda-los em latas. Conta-se que o que se guardava junto com o pão não faltaria pelo resto do ano.

Um outro caso é o de Santa Isabel, a padroeira dos panificadores. Em 1333 houve uma fome horrivel. Casada com o rei D. Diniz, D. Isabel decidiu empenhar suas joias para trazer trigo de regiões distantes para abastecer o celeiro real, podendo continuar com a tradição de distribuir pão aos pobres nos momentos de crise. Inesperadamente, o rei apareceu em um dia de distribuição e, com medo de uma "bronca", ela escondeu os pães.

O rei então perguntou:

- Que tendes em vosso regaço?

A rainha, erguendo o pensamento ao Senhor, disse em voz trêmula:

- São rosas, senhor.

O rei replicou:

- Rosas em janeiro? Deixai que as veja e aspire o seu perfume.

Santa Isabel abriu os braços e, no chão, para pasmo geral, cairam rosas frescas, perfumadas, as mais belas até então vistas.
O rei D. Diniz não se conteve e beijou as mãos da esposa, retirando-se enquanto os pobres gritavam:

- Milagre! Milagre!

O dia de Santa Isabel é celebrado em 8 de julho.


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