“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver.”

Amyr Klink

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03 maio, 2012

Trabalhando num palacio em Paris

Hotel Crillon
Fim das aulas na Ferrandi, começo do meu estagio! Assinei um contrato de 6 meses, até julho, no Hotel Crillon, um palacio 5 estrelas no guia Michelin. O hotel fica localizado na praça Concorde, a mais bonita de Paris. Nesse tempo, 2 meses trabalhei no banquete, estou fazendo 2 no restaurante gastronômico, Les Ambassadeurs, e farei mais dois na brasserie de luxo, L'Obelisque. O chef é Christopher Hache, o chef estrelado mais jovem da França. A subchef era Amandine Chaignot, que ao ganhar o terceiro lugar no Bocuse D'Or, passou a chefiar a cozinha de um outro palacio em Paris, o Gabriel.

Patio do Crillon
A minha escolha de estagio foi baseada em dois itens cruciais: tinha que ter pelo menos uma estrela no guia Michelin e não queria trabalhar mais de 8 horas  por dia. Resultado no contexto francês: hotel. 
Hoje percebo duas coisas: que tive outras varias vantagens que nem tinha conciência e que não podemos fugir do que esta reservado para a gente. 

Vantagens: 
Um hotel desse porte tem mais estagiarios do que empregados, então temos a chance de colocar a mão em todas as materias primas e trabalhar como se fossemos empregados. Até os uniformes são iguais!
Ah é... os uniformes! So quem trabalha em cozinha para dar valor à uma empresa que fornece os uniformes diariamente lavados e passados!
Hoteis seguem leis, portanto, pagam os estagiarios, dão folga nos feriados, temos direito a um dia de folga por mês escolhido por nos, temos obrigatoriamente meia hora para comer...
Tenho acesso à tudo o que ha de mais moderno em termos de equipamentos e tecnologia.
Materia prima de primeira!

Infelizmente, dei o azar de ao passar para o restaurante gastronômico me pedirem para trabalhar dois turnos como o empregados mesmo ja fazem, ou seja, de 8:00 às 14:30 e de 17:00 às 23:00, 12 horas por dia. Isso mesmo!!! Novas regras, uma vez que o hotel ira fechar em setembro por dois anos para reforma e nao estão contratando mais ninguem. Estou morta! Além do cansaço fisico (sinto dores até nos calcanhares), tem a pressão. Estou literalmente ocupando um posto. O que fazer quando não entendo o que o chef "canta"? O que fazer quando o chef da aquela "bufada"? Pelo menos para mim, que sou mulher, é so uma bufada, para os outros são berros apavorantes e objetos voando pelos ares.

Restaurante Les Ambassadeurs



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