“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver.”

Amyr Klink

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30 novembro, 2010

LOMBO COM MOLHO DE LARANJA, MOSTARDA, MEL E GENGIBRE

Receita pedida!!!


Lombo com molho de laranja, mostarda, mel e gengibre


10 porções
Ingredientes:
Marinada:
2,5kg de lombo de porco desossado
4 dentes de alho picadinhos
2 colheres de chá de tomilho
2 colheres de chá de orégano seco
1 colher de chá de alecrim fresco
2 colheres de sopa de zest de limão siciliano
2 colheres de sopa de zest de laranja bem amarela
1/2 xícara de azeite de oliva
1 colher de chá de erva doce
1 xícara de vinho branco seco
2 xícaras de caldo de galinha (caso precise)
Suco de limão
Sal e pimenta do reino a gosto

Modo de preparo da marinada:
Mistura todos os ingredientes, exceto o caldo de galinha, e deixe o lombo imerso na marinada por pelo menos duas horas.

Molho:
1 colher de sopa de manteiga
2 xícaras de suco de laranja
2 dentes de alho picadinhos
1 colher de sopa de cebola picadinha
1 colher de chá de gengibre descascado e ralado
1 xícara de vinho branco seco
1 xícara de run escuro Carta Oro
1 colher de sopa de vinagre balsâmico
1 colher de sopa de mel
1 colher de sopa de mostarda
1 xícara de caldo de galinha

Preparo do molho:
Refogue a cebola, o alho e o gengibre, na manteiga. Adicione o run, o vinho branco e deixe evaporar o álcool. Em seguida, adicionar o suco de laranja e deixar reduzir a metade. Junte o mel, a mostarda, o vinagre balsâmico e o caldo de galinha. Misture bem e deixe reduzir um pouco.

Modo de preparo do prato:
Retire o lombo da marinada e doure numa panela de fundo grosso com um pouco de azeite. Adicione a marinada e, posteriormente, o molho, aos poucos, deixando cozinhar em fogo baixo e semi tampado até que o lombo fique macio. Caso seja necessário, junte mais caldo de galinha. Retire o lombo e peinere o molho. Acerte a textura e o tempero. Fatiar o lombo e servir acompanhado da farofa da sua preferência ou de batatas cozidas.

24 novembro, 2010

Aprendendo das Cozinheiras - Rubens Alves

A se acreditar em entendidos em coisas de outros mundos, já devo ter sido cozinheiro em alguma vida passada. É que tenho um fascínio enorme pelas panelas, pelo fogo, pelos temperos e por toda a bruxaria que acontece nas cozinhas, para a produção das coisas que são boas para o corpo. Não é só uma questão de sobrevivência. Os cozinheiros dos meus sonhos não se parecem com especialistas em dietética.

Interessa-me mais o prazer que aparece no rosto curioso e sorridente de alguém que tira a tampa da panela, para ver o que está lá dentro. Minhas cozinhas, em minhas fantasias, nada têm a ver com estas de hoje, modernas, madeiras sem a memória dos cortes passados e das coisas que se derramaram, tudo movido a botão, forno de micro-ondas, adeus aos jogos eróticos preliminares de espiar, cheirar, beliscar, provar, perfurar... Tudo rápido, tudo prático, tudo funcional. Imaginei que quem assim trata a cozinha, no amor deve ser semelhante aos galos e galinhas, quanto mais depressa melhor, há coisas mais importantes a se fazer. Como aquele vendedor de pílulas contra a sede, da estória do "Pequeno Príncipe". Ir até o filtro é uma perda de tempo. Com a pílula elimina-se a perda inútil. “E que é que eu faço com o tempo que eu perco?" — perguntou o Principezinho.

"...Você faz o que quiser", respondeu o vendedor." — Que bom! Então, é isto o que vou fazer, ir bem devagarzinho, mãos nos bolsos, até a fonte, beber água..."

Quero voltar à cozinha lenta, erótica, lugar onde a química está mais próxima da vida e do prazer, cozinha velha, quem sabe com alguns picumãs pendurados no teto, testemunhos de que até mesmo as aranhas se sentem bem ali.

Nada melhor que o contraste. A sala de visitas, por exemplo. Lá no interior de Minas, faz tempo. Retrato silencioso oval do avô, na parede; samambaia no cachepô de madeira envernizada; porta-bibelôs; as cadeiras, encostos verticais, 90 graus, para que ninguém se acomodasse; capas brancas engomadas pra que nenhuma cabeça brilhantinosa se encostasse; os donos dizendo em silêncio "está mesmo na hora", enquanto a boca mente dizendo "ainda é cedo", na hora da partida, junto com as recomendações á tia Sinhá (porque toda família tinha de ter uma tia Sinhá). Aí a porta se fechava, e a vida recomeçava, na cozinha...

A porta da rua ficava aberta. Era só ir entrando. Se não encontrasse ninguém não tinha importância, porque em cima do fogão estava a cafeteira de folha, sempre quente, para quem quisesse. Tomava-se o café e ia-se embora, havendo recebido 0 reconforto daquela cozinha vazia e acolhedora. Eu diria que a cozinha é o útero da casa: lugar onde a vida cresce e o prazer acontece, quente... Tudo provoca o corpo e sentidos adormecidos acordam. São os cheiros de fumaça, da gordura queimada, do pão de queijo que cresce no forno, dos temperos que transubstanciam os gostos, profundos dentro do nariz e do cérebro, até o lugar onde mora a alma. Os gostos sem fim, nunca iguais, presentes na ponta da colher para a prova, enquanto 0 ouvido se deixa embalar pelo ruído crespo da fritura e os olhos aprendem a escultura dos gostos e dos odores nas cores que sugerem o prazer...

Cozinha: ali se aprende a vida. É como uma escola em que o corpo, obrigado a comer para sobreviver, acaba por descobrir que o prazer vem de contrabando. A pura utilidade alimentar, coisa boa para a saúde, pela magia da culinária, se torna arte, brinquedo, fruição, alegria. Cozinha, lugar dos risos...

Pensei então se não haveria algo que os professores pudessem aprender com os cozinheiros: que a cozinha fosse a antecâmara da sala de aulas, e que os professores tivessem sido antes, pelo menos nas fantasias e nos desejos, mestres-cucas, especialistas, nas pequenas coisas que fazem o corpo sorrir de antecipação. Isto. Uma Filosofia Culinária da Educação. Imaginei que os professores, acostumados a homens ilustres, sem cheiro de cebola na mão, haveriam de se ofender, pensando que isto não passa de uma gozação minha.

Logo me tranqüilizei, ouvindo a sabedoria de Ludwig Feuerbach, a quem até mesmo Marx prestou atenção: "O homem é aquilo que ele come". Abaixo Descartes. Idéias claras e distintas podem ser boas para o pensamento. Também bombas atômicas e as contas do FMI são boas para serem pensadas. Só que não podem ser amadas, não têm gosto e nem cheiro, e por isto mesmo a boca não as saboreia e não entram em nossa carne.

Imitar os que preparam as coisas boas e ensinam os sabores...

A primeira lição é que não há palavra que possa ensinar o gosto do feijão ou o cheiro do coentro. É preciso provar, cheirar, só um pouquinho, e ficar ali, atento, para que o corpo escute a fala silenciosa do gosto e do cheiro. Explicar o gosto, enunciar o cheiro; pra estas coisas a Ciência de nada vale; é preciso sapiência, ciência saborosa, para se caminhar na cozinha, este lugar de saber-sabor. Cozinheiro: bruxo, sedutor. "— Vamos, prove, veja como está bom..." Palavras que não transmitem saber, mas atentam para um sabor. O que importa está para além da palavra. É indizível. Como ele seria tolo se avaliasse seus alunos por meio de testes de múltipla escolha. É assim com a vida inteira, que não pode ser dita, mas apenas sugerida. Lembro-me do mestre Barthes, a quem amo sem ter conhecido, que compreendia que tudo começa nesta relação amorosa, ligeiramente erótica, entre mestre e aprendiz, e que só aí que se pode saborear, como numa refeição eucarística, os pratos que o mestre preparou com a sua própria carne...

A lição dois é que o prazer do gosto e do cheiro não convivem com a barriga cheia. O prazer cresce em meio às pequenas abstenções, às provas que só tocam a língua... É aí que o corpo vai se descobrindo como entidade maravilhosamente polimórfica na sua infindável capacidade para sentir prazeres não pensados. Já os estômagos estufados põem fim ao prazer, pedem os digestivos, o sono e a obesidade. Cozinheiros de tropa nada sabem sobre o prazer. A comida se produz às dezenas de quilos. Pouco importa que os corpos sorriam. Comida combustível. Que os corpos continuem a marchar. Melhor se fossem pílulas. Abolição da cozinha, abolição do prazer: pura utilidade, zero de fruição.

"— Estava boa a comida?"

"— Ótima. Comi um quilo e duzentas gramas..."

Equação desejável, pela redução do prazer à quantidade de gramas. Não deixa de ser uma Filosofia... Como aquela que desemboca nos cursinhos vestibulares e já se anuncia desde a primeira série do primeiro grau. Não se trata da erotização do corpo. Para a engorda tais sensibilidades são dispensáveis. Artifício na criação de gansos, para a obtenção de fígados maiores: funis goelas abaixo e por ali a comida sem gosto. Afinal, por que razão o prazer de um ganso seria importante? Seus donos sabem o que é melhor para eles... Vi nossos moços assim, funis goela abaixo, e depois vomitando e pensando o seu vômito. A isto se chama ver quantos pontos se fez no vestibular...

Entendem por que eu queria uma filosofia culinária de educação? É que temos tornado os criadores de ganso como modelos...

Texto extraído do livro “Estórias de quem gosta de ensinar – O fim dos vestibulares”, Ars Poética – São Paulo, 1995, pág. 133.

19 novembro, 2010

"Sou o que quero ser, porque possuo apenas uma vida e nela só tenho uma chance de fazer o que quero. Tenho felicidade o bastante para fazê-la doce, dificuldades para fazê-la forte, tristeza para fazê-la humana e esperança suficiente para fazê-la feliz. As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas, elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos." Clarice Lispector

24 outubro, 2010

Le Grand Larousse Gastronomique

Finalmente comprei o Larousse Gastronomique. O único livro que a chef Dadette, minha professora de cozinha em BH, me disse que se eu não tivesse que comprasse em Paris. Realmente é o livro dos livros, referência mundial da gastronomia. Tenho certeza que agora posso jogar vários livros que tenho em casa na lixeira. 

A primeira edição foi em 1938. Essa é a sexta e a mais recente, de 2007. No total são pouco mais de dez anos entre uma edição e outra. São mais de 4000 artigos, 1700 fotos e 2500 receitas. É na verdade o dicionário de gastronomia mais completo hoje. No total são 992 páginas. Parece-me que foi feita a tradução em inglês pelo que vi na internet.

Definitivamente: um livro para toda a vida!

19 outubro, 2010

Leitura indispensável para quem quer fazer um curso de gastronomia

Algumas pessoas têm me procurado para me fazer perguntas sobre gastronomia e os melhores cursos na área. Bom, o que recomendo primeiro é ler bastante sobre o assunto, entrevistar profissionais da área, se possível fazer um estágio num restaurante, para depois investir tempo e dinheiro num curso de gastronomia.

A leitura que julgo indispensável e que foi a que me super estimulou a entrar de cabeça na profissão foi "Cozinha Confidencial" de Anthony Bourdain. Ele é chef do "Les Halles" em Nova York e com humor conta neste livro todos os podres e os segredos de uma cozinha. É uma leitura deliciosa e tenho certeza que ninguém se arrependerá.

A cozinha ou se ama ou se odeia. Não existe meio termo! Cozinhar é fácil e é para todos. Trabalhar em restaurante não é para todos.

Esse livro conta a o dia a dia de um cozinheiro profissional.

03 outubro, 2010

Café Gourmand

Os restaurantes parisienses têm uma opção interessante como sobremesa chamada café gourmand. Segundo amigos franceses é coisa bem recente. Ele nada mais é do que o cafezinho acompanhado de mini sobremesas, geralmente 3 que podem variar entre pudim, crème brûlèe, petit gateau, uma bola de sorvete ou clafoutis. Não se sabe quem criou essa combinação, mas com certeza foi em razão das sobremesas em Paris serem caras, do cliente já estar satisfeito com a refeição e uma sobremesa normal ser grande demais e pelo hábito de beber o cafezinho depois das refeições. Um prato com o amargo do café e o doce das sobremesas se transforma numa combinação perfeita, ainda mais quando permite ao cliente degustar várias sobremesas na mesma noite. Alguns poucos restaurantes oferecem ainda o chá gourmand, que vem o chá ao invés do café.

27 setembro, 2010

Peixe e Leite: causam doenças quando cozidos juntos!

Cozinha não tem jeito, aprendemos coisas novas todos os dias. Esses dias, numa conversa informal com o chef, de origem indiana, do restaurante L'Atlantide em Paris (restaurante de peixes) descobri que ele nunca serve peixe com molho a base de leite ou seus derivados. Achei extremamente estranho, pois imaginem, por exemplo, deixar de comer um peixe ao molho de vinho branco. Básico!

Ele me contou que um dia um cliente entrou na cozinha e disse que a mistura de peixe e derivados do leite causa doenças quando cozidos juntos. Achei uma tremenda besteira e prometi a ele que iria pesquisar sobre isso.

Resultado da pesquisa: o cliente com certeza era um judeu!

Por motivos históricos, os judeus que se concentraram na França e Alemanha foram chamados de ashkenazim, alemão em hebraico; e os judeus da Espanha, norte da África e Oriente Médio de sefaradim, que quer dizer espanhol. Esses dois grupos se dividiram por causa das discussões sobre o Halachá, conjunto das leis da religião judaica. Uma das particularidades alimentares dos judeus é a relação peixe e leite. Entre os judeus sefaradim há o costume de não ingerir peixe com laticínios e quando servidos em uma mesma refeição, são servidos em pratos e talheres diferentes. Na comunidade ashkenazi não se costuma cozinhar peixe com molhos à base de leite, manteiga e creme de leite; salvo o queijo, como por exemplo pizza de atum, que é permitida.

Como esse costume existem muitos outros na alimentação judaica. Hoje entendo porque na época em que trabalhava em empresa e um executivo judeu que veio do Canadá trouxe várias marmitas prontas para o Brasil, se recusando comer a comida do restaurante.

Agora só me resta explicar para o chef indiano que isso faz parte da cultura judaica e não há nenhuma comprovação científica de que a mistura de peixe e laticínios pode causar doenças.

Alguém está servido de um peixinho ao molho de maracujá? Hummm....

20 setembro, 2010

Torta de Pêra e Chocolate

Logo quando comecei a trabalhar nesse restaurante aqui em Paris achei que estavam brincando quando perguntei da balança e me falaram que não tinha balança em nenhum dos cinco restaurantes do dono. Como é possível fazer pudim, torta de maçã, torta de pêra, bolo de chocolate, crepe, creme brulée... tudo sem balança? Eu ficava olhando o chef ir misturando todos os ingredientes no olho, boquiaberta. A única certeza que eu tinha sobre a patisserie quando sai do Senac era de que tudo é medido. Bom... hoje quem faz as mágicas lá na cozinha sou eu: tudo sem balança!
Estou um pouco envergonhada por postar no blog essas fotos apetitosas sem receita, mas ao mesmo tempo orgulhosa e feliz.

15 setembro, 2010

O Regulamento do Chef

Gente, olha que mimo... o regulamento do Chef!
Está pendurado na parede do restaurante em que estou trabalhando.


O Regulamento do Chef
Artigo I - O Chef tem razão.
Artigo II - O Chef tem sempre razão.
Artigo III - Mesmo se um subalterno tem razão, é o artigo I que se aplica.
Artigo IV - O Chef não come, ele se alimenta.
Artigo V - O Chef não bebe, ele degusta.
Artigo VI - O Chef não dorme, ele se repousa.
Artigo VII - O Chef nunca está atrasado, ele foi retido.
Artigo VIII - O Chef nunca deixa seu serviço, ele é chamado.
Artigo IX - O Chef não mantém relações com a secretária, ele a educa.
Artigo X - O Chef nunca lê o seu jornal durante o serviço, ele estuda.
Artigo XI - (i) Entra-se no escritório do Chef com as idéias pessoais, sai-se com as idéias do Chef.
Artigo XII - O Chef é o Chef, mesmo em calção de banho.
Artigo XIII - Quanto mais se critica o chef, menos ganha-se bonificação.
Artigo XIV - O Chef é obrigado a pensar pelos outros.

Conclusão
O Chef é um ditador. É necessário impedir que os Chefs se casem a fim de evitar que seu número aumente.

(i) Se as idéias do subalterno são boas, então não são mais suas, mas as do Chef.

29 julho, 2010

Escolas de gastronomia na França

Como algumas pessoas andaram me perguntando e como eu acho que muitos passaram ou estão passando pelo que eu passei: não falam francês e para começar a estudar a língua já tem que estar com o objetivo definido, vou colocar aqui uma lista de escolas francesas de gastronomia (me desculpem se ficou faltando alguma) e com uma descrição rápida. Atenção! Quando for escolher a escola, não leiam somente o site, muitos blogueiros hoje em dia contam suas experiências e formação. Acho até mais válido do que o site da escola. Ah... os valores aqui serão de 2010 ou 2011. Atençao! Cada escola exige requisitos diferentes para a entrada.
Curso de artes culinárias de 2 anos e meio a 3 anos e meio. O primeiro ano fica em 12.350 euros, o segundo e o terceiro em 10.250 euros cada.

Lições de cozinha e de enologia que variam de 150 a 350 euros.

Le Nôtre - Paris
Estágios de aperfeiçoamento de 35 horas = 5 dias varia de 1.600 a 1.900 euros
Master Class (profissional) duração de 6 meses, os 3 primeiros de aula e os 3 últimos de estágio fica em torno de 25.000 euros.

Workshops: 1 hora - 55 euros, 2 horas - 70 euros, 3 horas - 110 euros
Cesar Ritz Course: nível 1 (6.300 euros - 6 lições + 2 semanas de estágio), nível 2 (10.000 euros - 10 lições + 4 semanas de estágio), master of cuisine (1.600 euros - 5 meio dias + 1 semana de estágio)

Altos Estudos do Paladar - intensivo de 2 semanas, 4.500 euros
Mestrado em Alimentação e Cultura Alimentar (associado à Sorbonne) - 3.500 euros o ano
Diplomas de cozinha (23.000 euros) e de patisserie (17.000 euros), divididos em 3 certificados cada um. Fazendo os dois diplomas ganha-se o Le Grand Diplôme (38.000 euros). Cursos com tradução simultânea para o inglês.

Curso cozinha francesa ou de patisserie com tradução simultanea inglês - 15.000 euros - 1 ano

Bolsas de estudos na área de gastronomia:

Espero ter ajudado!
Bonne chance!

19 julho, 2010

Le Paradis du Fruit - Paris

Nos meus dias de folga do trabalho não faço outra coisa que ir a restaurantes comer e bisbilhotar. Na última quinta fui no Le Paradis du Fruit. Existe em vários lugares na França. Pedimos o seguinte:

Paradis Celeste (4 sabores + 1 acompanhamento): salada especial, brochette de saumon, pain pita chevre, gaspacho, humus, molho mediterraneo

Paradis Terrestre (3 sabores + 1 acompanhamento): salada, creme de abacate, pain pita de saumon, coleslaw (salada de cenoura e repolho), molho mediterraneo

Para beber pedimos um Josephine Baker (maracujá, manga e coco) e um suco de limão especial com água de flor de laranjeira.

Super recomendo no verão de Paris!

Pratos de restaurantes de Barranquilla - Colômbia

Adoro quando parentes e amigos me enviam fotos de pratos que comeram e gostaram nos restaurantes. Bom... esses foram de restaurantes em Barranquilla na Colômbia.

Salmón a la salsa de champignon e hiervas
Puré de papas y vegetables
Pechuga Mediterranea

Obrigada à LHCPerry!

14 julho, 2010

Tourte ou Tarte?

Tarte au fromage blanc, tarte aux pralines roses, tourte aux poires et au cognac, tarte aux pommes, tourte aux champigons et escalope de poulet, tarte tatin...

Essas são algumas das tortas doces ou salgadas em um livro de receitas em francês.
Levei a questão para a minha professora de francês: qual é a diferença entre "tourte" e "tarte"? Bom, ela me disse que alguns dizem que tourte é sempre salgada. Errado!
A diferença é que a "tourte" é sempre fechada com massa em cima. Já a "tarte" é aberta. Você consegue ver o conteúdo, seja de frutas ou um creme.

08 julho, 2010

Um plongeur que não aceita ser plongeur

De longe a pessoa que mais me faz rir aqui em Paris é o meu plongeur.
Bom, plongeur para a grande maioria dos franceses significa mergulhador. Para mim e todos que trabalham em restaurante é o famoso "pianista". Não o que toca piano, mas o que fica na pia, lavando louça e panelas pesadas.
No primeiro dia que o conheci ele se apresentou como Gil, mais tarde me disse que se chama Sahid, quando fui pedir o facebook dele, me disse Mohamed Ali (detalhe... encontrei milhares desse nome no facebook, parece que é um nome bem comum na Algéria). A verdade é que hoje eu o chamo de Sahid. A história dele... ah... essa ele disse que contou só para mim e me pediu segredo. Só posso dizer que é um menino com um coração enorme e cheio de sonhos, sonhos mulçumanos. Respeito as diferenças, mas minha cabeça brasileira, por mais viajada e aberta que seja, não consegue entender essa cultura tão diferente.
Eu falei que meu plongeur é engenheiro? Sim! Pasmem!
Ah, desculpe, Sahid, esqueci que você não quer ser plongeur (ele fica bravo!). Como além da lavação ele também faz as saladas, ele gosta de ser chamado de "commis de cuisine" (auxiliar de cozinha).
Bom, o ritmo de trabalho do meu commis é diferenciado (rsrs), tout doucement. Ele dá volta em torno dele mesmo e acaba por gastar 1 hora para ajudar a garçonete a varrer o salão e colocar as cadeiras para fora, mais 1 hora para lavar a louça do dia anterior que ele não deu conta, e lavar o alface? e cortar o tomate? ah, isso ele começa 12:30. A sorte é que não temos muito movimento esse horário, quando temos, ele atola! A verdade é que ele pensa demais para um serviço braçal e morcega muito também! Parece um pesadelo para quem está de fora lendo, mas ele é engraçadissimo. Arregala os olhos e fica parado sem saber o que fazer. Só pensando!
Essa está sendo a primeira experiência dele em cozinha. Quando ele chegou em Paris trabalhou em uma montadora de automóveis e teve um acidente. Esqueceu a mão na máquina e perdeu uma parte do dedo. Não sei como nem onde, ele passou por uma cirurgia e acho que não foi bem feita (ilegal, sem seguro saúde, provavelmente foi no médico mais barato), pois hoje ele tem caimbras horrendas em todo o lado direito, braço e perna. Se tivesse passado por um médico do trabalho aqui na França nunca teriam autorizado a trabalhar em cozinha. Ele não pode carregar peso, nem trabalhar muitas horas em pé. Muito triste para um menino de 23 anos.
Bom, tudo isso foi para vocês visulaizarem um pouco a pessoa de quem eu estou falando e poderem rir comigo de alguns fatos engraçados no restaurante.

Caso número 1 - Pedido de duas bananas splits.
Ba: Duas bananas, por favor.
Sahid: Não tem bananas.
Ba: Sim! Eu vi ontem. Procure!
Sahid: Elas estavam podres, eu joguei no lixo.
Ba: Quando você jogou? Você abriu as bananas e verificou?
Sahid: Não, elas estavam pretas por fora.
Resultado: Me senti a prórpia Catherine Zeta Jones no filme "Sem Reservas" quando ela tirava do lixo as trufas carissimas que a sobrinha tinha jogado fora. Claro, não sou Catherine Zeta Jones, e tirava apenas duas meras bananas embrulhadas na sacola do supermercado do lixo da cozinha. As bananas estavam ótimas!
Análise: conhecimento zero sobre banana! rsrs

Caso número 2 - Preparação de salada de frutas
Ba: Por favor, pique as frutas para a salada de frutas. O outro cozinheiro já fez com você uma vez, qualquer coisa você me chama para tirar dúvidas, ok?
Sahid: Ok. Eu sei fazer, pode deixar!
Garçonete: Eu vou ajudá-lo.
Ba: Ótimo! Comecem!
De repente... um grito da garçonete.
Vocês acreditam que ele estava com um cutelo tentando cortar a manga?
Definição de cutelo: faca de lâmina retangular afiada de um só lado para cortar ossos, usada principalmente por açogueiros.
Ele não sabia que a manga tinha caroço! Imaginem! Ai, imaginem pedaços de caroço de manga na salada de fruta do restaurante.
Análise: conhecimento zero sobre manga! rsrs

Caso número 3 - Chegada de mercadoria
Quem leu meu post da Table de d'Artagnan sabe que são cinco restaurantes um do lado do outro, tudo do mesmo dono. Então quando a mercadoria chega, chega tudo junto, é um salva-se quem puder. Cada um pega o que quer. É a maior bagunça!
Numa quarta feira de manhã, tudo super tranquilo...
Garçonete: Bárbara, Bárbara, venha, venha! Mercadoria!
Eu tranquila como sou, fui com calma. Meu plongeur saiu correndo igual um doido atrás dela. No que eu cheguei lá, eles já tinham apanhado um monte de coisa e acumulado tudo na porta do restaurante para ganhar tempo, ao inves de descer para o estoque e câmara fria.
No que eu pego uma caixa de abobrinha e estou voltando, vejo a imagem do meu plongeur com toda a problemada de peso que ele não pode carregar, arrastando e correndo, ao mesmo tempo, dois sacos de batata de acho que 10 kilos cada um, um em cada mão.
Resultado: Uma caixa de beterraba (não sirvo beterraba no restaurante), 30 kilos de batata em saco (só dá para fazer gratin, haja gratin!), 0 caixas de batata (essas são a para fazer souté e fritas, que normalmente sirvo no resto), 2 caixas de pêra e uma de abacate que não cabiam na câmera fria e tivemos que doar para os outros restaurantes depois de pegar tudo correndo. Que vergonha!

Caso número 4 - Inundados por espumas
Meu plongeur que não é plongeur, faz a louça. Isso é fato! Queira ele ou não.
Nunca conheci ninguém que fale tanto, nem o David meu amigo francês fala tanto. Bom, entre fofocas e cafezinho, ele deixou a torneira aberta, enchendo a pia de água para lavar os pratos. Quando olho para a pia, a espuma do detergente que ele tinha colocado, fazia montanhas, pior que a Serra do Curral em BH. Se eu não visse, teria caido no chão e feito a maior lambança.

Apesar de tudo isso, para mim é um prazer trabalhar com pessoas como ele e a garçonete que adoro. Pessoas maravilhosas que alegram o meu dia.

01 julho, 2010

Cardápio sem preço para as damas e com preço para os cavalheiros

Framboise

Bronzeado com os pés numa fonte em um parque, aula de patins, almoço maravilhoso no La Fontaine de Mars e de repente um recado na minha caixa postal para trabalhar à noite num restaurante.
Agneau et gratin de pomme


Bom, o almoço no restaurante, de cozinha tradicional do sudoeste da França, foi indicação do nosso professor de patins que é um amante da gastronomia. Eu super indico o restaurante. Foi a melhor refeição que eu fiz em Paris até agora. Valeu cada centavo, ou melhor, cent. Paguei se não me engano 35 euros - prato principal, sobremesa e bebida. Não é um restaurante barato, mas também não é caro. Comemos super bem. Mas o que mais me chamou a atenção foi o cardápio de sobremesas. O cardápio que chegou em minhas mãos não tinha preço. Eu disse para minhas amigas que achava estranho e perguntei se era um preço único para todas as sombremesas. Elas falaram que o preço estava no canto direito. Eu disse que não encontrava e quando fomos analisar, minha amiga Márcia, francesíssima, me disse que aqui na França ela já tinha ouvido falar mas nunca tinha visto isso. O cardápio sem preço é para a dama e o com preço para o cavalheiro. Dessa forma, ela pode escolher o que quiser por realmente gostar da escolha, sem ser influenciada pelo preço. Pode isso? Très chic!

Île Flotante

Cozinhando em Paris



Poxa vida, desde 25 de maio que não posto nada. Me desculpem... mais de um mês. Bom, a explicação disso se chama La Table de D'Artagnan, o restaurante onde estou trabalhando. Fica em Place Monge, local bem movimentado em Paris, não só de turistas, mas de parisienses também. O patrão é dono de 5 restaurantes um do lado do outro. Todos de cozinha francesa. entrei para fazer saladas e sobremesas. Duas semanas depois, com a saída do cozinheiro, saí do frio e fui para o quente. Trabalho doze horas por semana com 1 dia e meio de folga. Horário de 10:00 as 15:00 e depois de 18:00 as 23:00. Na verdade, as 24:00 porque pedidos entram até as 23:00, depois até guardar e lavar tudo e comer... Bom, o fato é que antes de 01:00 da manhã não durmo. Essa é a minha rotina aqui na França. Sei que existem outros lugares que trabalham só um período por dia, mas ainda não conheci, são raros. Salário? Bem... O mínimo no contrato (mil trazentos e pouco o bruto, 1013 euros o líquido) e o resto negociado por fora. Bom no total são 11 horas de trabalho por dia e 61 horas por semana. Não é brincadeira! Uff...

25 maio, 2010

Nature Capitale - Paris

22, 23, 24 de maio de 2010 - Nature Capitale
A Avenida Champs-Elysées foi toda tomada por plantas, animais de fazendas e até barraquinhas que vendiam produtos típicos da agriucultura francesa e interditada aos carros.
O objetivo foi apresentar ao homem urbano a diversidade da agricultura francesa e sua importância.
Estima-se que 1.900.000 visitantes passaram pela famosa avenida parisiense nos três dias de exposição. Claro, não pude perder!
Caixas ecológicas para transportar legumes

Mademoselle Camembert
Vaquinhas francesas

Plantação de mostarda

20 maio, 2010

Savon de Marseille



Minha queridíssima amiga Márcia, companheira dos patins, num encontro para tomar um típico chocolat chaud viennois (chocolate quente com chantilly), disse que se lembrou de mim e me deu esse mimo!

São sabonetes de Marseille. Segundo ela, como há o vinho de Bordeaux, o Camembert da Normandie... há o savon de Marseille.
Ela me deu dois aromas: flor de laranjeira, que adoro, muito usado nos doces árabes; e muguet, flor tóxica originária do Japão, e que na França no dia 1º de maio, dia do trabalhador, as pessoas dão umas as outras desejando felicidade.

Márcia, adorei! Você é um amor de pessoa.

10 maio, 2010

1ª Aula de Patins

Este sábado foi minha primeira aula de patins em Paris. Nunca tinha imaginado que existisse aula de patins, ainda mais que eu fosse fazer em Paris. Aqui uma vez por semana, geralmente domingo à tarde, todo os patinadores se reúnem e dão uma volta por Paris. O trânsito para!

Bom, para coroar esse dia maravilhoso fui com as meninas almoçar no Café du Trocadero. Vejam os pratos: tão belos quanto gostosos!
Salada de folhas com camarão, siri, alcachofra, tomate e palmito
Ravioli de berinjela com molho de ervas e pesto
Tarte Tatin

28 abril, 2010

Os 50 melhores restaurantes do mundo 2010

Saiu a lista com os 50 melhores restaurantes do mundo (The S.Pellegrino World’s 50 Best Restaurants 2010) e, adivinhem, o "El Bulli " foi desbancado pelo Noma da Dinamarca, que no ano passado tinha ficado em 3º lugar. Já o D.O.M. do Alex Atala, melhor restaurante da América do Sul localizado em São Paulo, subiu de 24º no ano passado para 18º lugar esse ano.

Museu do Chocolate em Paris - Choco-Story

Para os desavisados, agora não precisamos mais ir à Bélgica para visitar o Choco Story, o museu gourmand do chocolate. Claro, não é completamente igual, mas a essência é a mesma. Quem já foi sabe a maravilha que é! A entrada dá direito a visita por todo o museu (3 andares), mais uma aula de chocolate que explica bem rapidamente sobre como produzir chocolate e, claro, dá direito a degustação no final. Na saída há uma boutique para aqueles que quiserem levar algum chocolate para casa ou algum souvenir. O museu tem parceria com a marca de chocolate Belcolade.



O museu retrata os 4000 anos de história do cacau e do chocolate em palavras, imagens e em sabores. O museu conta a origem e evolução do chocolate através de uma coleção única de objetos.

1º Parte – espaço Maya
2º Parte – chocolate na Europa
3º Parte – aspecto contemporâneo do chocolate

Endereço : 28 bd Bonne Nouvelle, Paris 10ème
Metrô : Bonne Nouvelle ou Strasbourg Saint-Denis

Preço (abril de 2010) :
Adultos: 9 €
Estudantes, 65+ : 8 €

Postarei no blog fotos e informações detalhadas de cada parte da visita.

22 abril, 2010

França Brasileira em Casa de Idosos em Paris

Primeiro evento produzido pela França Brasileira numa casa de idosos em Paris. Assim como eu, vários outros brasileiros e franceses, fomos convidados a fazer parte dessa tarde maravilhosa produzida pelo Davi Dias. Levamos alegria e um pouquinho da cultura brasileira. Experiência fantástica!


17 abril, 2010

LA DURÉE Paris e seus macarons

Hoje fui conhecer as Galerias Lafayette em Paris. Fui escolher justo um sábado à tarde, fazendo 17º (dia mais quente desde que estou aqui)! Mas não foi o tumulto de pessoas indo às compras nem os preços exorbitantes que ofuscaram as lojas de departamento mais famosas de Paris. Lá encontrei primeiro a Lafayette Gourmet, onde acho que passei mais de 2 horas curtindo todos aqueles produtos importados do mundo inteiro. Muitos deles nem saberia como usar. Mas foi na saída que me deparei com a La Durée Paris. Há algumas semanas descobri que é a loja onde vendem os melhores macarons de Paris! Não pude deixar de comprar. Detalhe: a fila estava fazendo curva!

100grs = 6 unids. pequenas = 8.00€ = R$ 20,00 (o euro a R$ 2,50)


UMA PECHINCHA, NÃO ACHAM?!
Bom... tenho que perder essa mania de ficar convertendo os preços. Afinal de contas, como diz o Heitor: "quem converte, não se diverte!". Por falar nisso Heitor, em Londres tem La Durée! São 6 lojas em Paris, 2 em Londres, 3 na Suiça, 1 em Mônaco, 1 em Dublin e 2 em Tokyo. Ehh... as Ámericas estão de fora!

As opções (chamadas pela La Durée de "perfumes") permanentes da loja são:
Chocolate - Chocolate amargo - Baunilha - Café - Pétalas de Rosa - Pistache - Framboesa - Cassis violeta - Caramelo com flor de sal - Frutas Vermelhas - Flor de Laranjeira - Alcaçuz - Limão siciliano

As opções de verão:
Noz de coco - Menta Glacial - Amêndoas - Limão

As opções de inverno: Especiarias & frutas secas - Castanhas - Praliné - Figo e Tâmara

Eu acabei escolhendo pistache, framboesa, caramelo com flor de sal, flor de laranjeira, castanha e limão. Todos maravilhosos, mas o meu eleito foi o de flor de laranjeira. Simplesmente divino!
O macaron, para quem nunca experimentou um (essa é uma daquelas coisas que deve constar naquela listinha do a fazer, ver, comer ... antes de morrer!), é um pequeno doce delicado à base de farinha de amêndoas, clara de ovo e açúcar. Ele parece um sandwichinho crocante por fora e macio por dentro, recheado com sabores cremosos. Sempre com cores fortes e brilhantes. Hoje em dia, o macaron além de ser uma ótima opção para presentar alguém está entrando como lembrancinha nos eventos e casamentos no Brasil, uma alternativa aos bem-casados e pães de mel.

08 abril, 2010

Vânia Campos Chocolateria Artesanal na TV!

Ai que chique! Primeira aparição da mamis na tv! Pena que eu já estava em Paris quando foi gravada. A reportagem foi veiculada na TV Universitária de quinta feira a domingo da semana da Páscoa.

31 março, 2010

Xarope de bordo - Le temps des sucres

Março termina e chega a primavera no hemisfério norte. O tempo começa a esquentar um pouco em Paris, hoje fez em torno dos 10ºC, e em outros lugares como Quebec, por exemplo, que tem um inverno de congelar começa a ficar acima dos 0ºC durante o dia. Temperatura suficiente para marcar no Quebec o início da época de colheita da seiva de Acer (árvore da folhinha da bandeira do Canadá), responsável pelo xarope de bordo, como é mais conhecido, ou xarope de Acer (sirup d’érable – francês e maple syrup – inglês). O xarope de bordo 100% puro, xarope de sabor inigualável e extremamente aromático, é usado para preparar sobremesas além de ser o ingrediente base para a transformação dos outros produtos Acer, como a manteiga, a geléia, o açúcar e caramelo. São necessários 40 litros de seiva para fazer apenas um litro do xarope.

Geléia
Feita de uma mistura entre uma jovem seiva de Acer e xarope de bordo de sabor picante. Ágar-ágar, extrato natural de algas, é usado como agente gelificante. Particularmente popular no café da manhã, geléia de bordo surpreende numa entrada com foie gras ou como acompanhamento de carnes.
Açúcar
Obtido através de uma lenta cocção do xarope até a obtenção de uma textura sólida. Ele é em seguida triturado e peneirado segundo a granularidade desejada. Utilizado para adoçar iogurtes, crepes, café ou ainda na preparação e decoração de sobremesas diversas. É ótimo para realçar o sabor de molhos e é particularmente apreciado para dourar carnes.
Manteiga
Deve esse nome à sua textura característica, é obtida a partir da simples ebulição do xarope de bordo e em seguida batida à frio. Ela se revela uma delícia com pães e croissants. Um grande clássico! É interessante também com crepes doces.
Eu comprei a manteiga de bordo numa dessas feirinhas de rua aqui em Paris e passei nas gaufres fines pur beurre (biscoito doce crocante). Depois devo experimentar também com croissant. Essa manteiga é super fina, saborosa e aromática. Uma delícia!

A folha de Acer é o símbolo mais importante do Canadá, sendo introduzida à bandeira nacional em 1965. Quebec é o maior produtor do xarope no mundo. Nessa época do ano são feitas degustações em casas especializadas (Cabane à sucre). Também é costume fazer pirulitos de bordo: joga-se o xarope na neve e enrola num palito.

Diz-me o que comes, dir-te-ei quem és!

No momento estou me aventurando nesse livro. Já tem um tempo que eu queria lê-lo, mas estava esperando chegar a Paris e comprá-lo na língua original, francês. Agora a questão é... vou entender todo esse francês?

Bom, com muita mas muita paciência tenho certeza de que terei que lê-lo duas vezes. Uma primeira para entender o significado maior, passando por cima de tudo o que eu não entendo, o que digamos deve ser uns 50% para ser bem boazinha. Uma segunda, depois da primeira iniciativa para entender realmente o livro e pegar dessa vez todos os detalhes.

Afinal de contas temos sempre que começar por alguma coisa, né! "Fisiologia do gosto" é um clássico. Uma leitura imperdível para os amantes da gastronomia.

24 março, 2010

Aprender Francês em Paris

Salut!
Bom... o primeiro passo para estudar seja lá o que for em qualquer lugar do mundo é aprender a língua. Mesmo que seu curso tenha tradução simultânea para o inglês como é o caso de vários cursos de gastronomia em Paris. Pelo menos o básico para você se virar na rua você tem que saber. Sem contar que sabendo o francês você irá se adaptar muito mais fácil à nova realidade. Quem já morou fora sabe do que eu estou falando. Tudo parece igual ao Brasil, mas na hora do "vamos ver" existem várias diferenças.
Bom, no meu caso fiz um intensivão durante 2 meses de aula particular de francês no Brasil. Fiz uma prova aqui e obtive o nível intermediário, B1, na classificação do sistema europeu. Me viro bem para resolver tudo na rua mas mesmo assim estou sentindo necessidade de fazer algumas aulinhas de francês.
Como meu objetivo principal não é aprender o francês, mas estudar gastronomia, comecei a olhar um curso barato de francês!
Me falaram que aqui em Paris em algumas igrejas ficam algumas pessoas em horários pré-estabelicidos fazendo conversação com estrangeiros. Também pesquisei o curso de francês na Sorbonne que todo mundo fala que é o melhor custo benefício. Para mim ficou inviável, pois o curso tem a duração de 4 meses, de fevereiro a maio, e quando cheguei em Paris, início de março, as aulas já tinham começado. Fiquei sabendo também do curso na mairie de Paris, que é de graça eu acho, mas me falaram que as inscrições são em setembro.
Resultado: descobri aqui em Paris a Campus Langues. Provavelmente não é das melhores escolas, mas o custo é muito bom. Estou pagando 185 euros para 2 horas de aula por dia, de segunda a sexta, durante 1 mês.
Claro, existem várias outras escolas de francês em Paris, de todos os preços. O meu objetivo era encontrar alguma coisa barata. Se o seu for custo benefício sugiro a Sorbonne, mas aí seria bom se programar por causa das datas.
À bientôt!
Observação: Uma leitora me informou da France Langue, outra escola de francês em Paris e, pelo que pude ver no site, consegue ser mais barata que a Campus Langues. Quanto a qualidade não sei dizer, talves em julho quando ela vier para Paris e começar o curso poderá dar uma opinião.

Estudar Gastronomia em Paris

Vou começar a postar no blog informações para quem quer estudar gastronomia em Paris.
Como todos que já estão ou pretendem ingressar na gastronomia devem saber, é uma área onde as escolas são extremamente caras e muitas vezes o retorno financeiro quando nos formamos não paga o investimento feito. Realmente temos que amar muito a profissão!
Descobri coisas em Paris que acredito que a maioria das pessoas desconhecem. Quero, aqui, compartilhar as informações que descobri e venho descobrindo!
Para começar quero contar que descobri que Le Cordon Bleu é uma escola cara, voltada para extrangeiros, que os franceses mesmo não frequentam, e que em alguns restaurantes (os bons!) chega a ser até mal visto. Depois que eu fiquei sabendo disso, eu não aguento mais as pessoas me perguntando, quando eu digo que vou estudar gastronomia em Paris: "ah, na Le Cordon Bleu?".
Digo que refleti muito antes de escolher a escola que vou estudar aqui (da qual estou hoje participando do processo de seleção). Por um lado, se fizesse Le Cordon Bleu quando voltasse para o Brasil todo mundo reconheceria o curso. Já a escola que escolhi aqui, ninguém no Brasil conhece, provavelmente somando-se a ele vários outros países. Mas depois de ponderar tudo, pensei que o melhor seria optar pela educação que julgo ser melhor para o meu aprendizado.

20 março, 2010

Páscoa na França

Aqui em Paris todas as lojas de chocolate (nunca pensei em ver tanta loja de chocolate na minha vida!) e supermercados estão lotados de ovos de Páscoa. Aí no Brasil os símbolos comuns são os ovos e os coelhos. Aqui é um pouco diferente, os ovos de chocolate são os mais comuns, mas são poucos os lugares que vendem coelhos, a maioria vende muita galinha de chocolate. Bem lógico não? Pois são as galinhas que botam ovos. Aqui os sinos das igrejas não tocam entre a Sexta-feira da Paixão e o Domingo de Páscoa. A história contada às crianças é de que os sinos voam para Roma e, quando retornam, deixam cair ovos para elas encontrarem.

17 março, 2010

Crepe au Fromage

Em frente a torre Eiffel, num trailer, num friozinho de 3ºCelsius, com esse vaporzinho do crepe subindo, e o cheirinho de queijo derretendo... hummm... Vai um crepe au fromage aí?



13 março, 2010

Pão Francês, Queijo Camembert e Presunto

Meu primeiro sanduiche!
Gente, oh trein chique sô!
Pão francês debaixo do braço (isso foi brincadeira! ainda falta um pouco para eu colocar meu pãozinho no suvaco. rsrsrs), queijo camembert da Normandie e presunto francezissimo.
Meu Deus, que delícia o presunto. Nunca comi um tão bom na minha vida!
Quanto ao queijo, somente 1 euro. E o pão, coitado... tão famoso, estava muito gostoso sim, mas por enquanto estou empolgada demais com o queijo e o presunto. hauhauhauhauhau.

Bisous à tout le monde !!!

11 março, 2010

1ª Refeição em Paris

Salut!
Cheguei ontem em Paris! A pagação de mico está geral. Parece que eu tenho 5 anos de idade. Tudo parece igual, mas o funionamento das coisas é bem diferente do Brasil e dos outros países em que já estive. Bom... problemas à parte, vim postar aqui a foto da minha primeira refeição em Paris. Ontem fui sair para comer alguma coisa e como estava escuro, frio para caramba e não conhecia nada, preferi ficar na vizinhança para não correr o risco de me perder e não saber voltar para casa. Os poucos restaurantes abertos estavam vazios! Resolvi, então, entrar na Crêperie Saint Nicolas. Pela vitrine li o seguinte anúncio:

O Pascal, meu professor de francês, já tinha me falado dessa opção nos restaurantes franceses. Se chama "Formule". Em Buenos Aires tem muito também, mas esqueci o nome em espanhol. É uma opção barata para quem quer comer direito, ao invés de ficar no sanduiche.


Nunca tinha visto um crepe parecido com este. Completamente diferente! Quando a garçonete me falou em francês que era crepe de presunto, queijo e ovo, eu não entendi o presunto e achei que ela estava me falando os ingredientes do crepe, apesar de que queijo não vai na massa do crepe. Imaginem a minha cara quando chegou o prato. Gente, a gema veio completamente mole. Eu adorei! Estava muito saboroso! Nunca esperaria o que veio, mas estava bonito e gostoso. Na hora pensei na minha mãe. rsrsrs Ela teria devolvido na hora. Iria mandar "passar" dos dois lados. A salada era puro alface. A cidra estava gostosa. O crepe doce estava razoável, mas não comi nem metade. Me desculpem, mas não vou engordar por causa daquilo.
Bom, acho que foi uma evolução. Aos meu 16 anos, meu primeiro almoço sozinha nos EUA foi batata ruffles e água sem gás.
À bientôt!